Salas Verdes

A Sala Verde "Ciência, Arte e Magia" tem como missão popularizar o acesso à informação sobre o meio ambiente e funcionar como um espaço democrático de atuação social, cultural, política e ambiental.

quarta-feira, dezembro 19, 2012

Educomunicação na Política Estadual de Educação Ambiental da Bahia: Reflexões


Por Mariana Sebastião


A Educomunicação ocupa lugar prioritário na Política Estadual de Educação Ambiental. O Capítulo VI da Política, intitulado "Da Educomunicação Socioambiental", traz a iniciativa como uma inovação da lei baiana, que trata de forma mais aprofundada da inter-relação entre a educação e a comunicação para aprender a utilizar os meios e processos de comunicação e informação com vistas à prática da cidadania. No entanto, não é apenas num único capítulo da Política Estadual de Educação Ambiental que estão descritos os princípios que regem as práticas educomunicativas.

A criação da Política com suas leis, diretrizes e instrumentos - Foi a Lei 12.056/2011 que instituiu a criação da Política Estadual de Educação Ambiental do Estado da Bahia (acesse o material em PDF clicando aqui). Ela se destaca porque articula a Educação Ambiental (EA) com a gestão das águas, das unidades de conservação, do saneamento e do licenciamento ambiental, o que confere à EA um forte papel nas junto às ações da gestão ambiental do Estado.

Nestes escritos, a EA é entendida como "o conjunto de processos pemanentes e continuados de formação individual e coletiva para sensibilização, reflexão e construção de valores, saberes, conhecimentos, atitudes e hábitos, visando uma relação sustentável da sociedade humana com o ambiente que integra" (trecho retirado da página 13). A partir desta definição, a política é conduzida por princípios determinados, tem objetivos específicos e diretrizes que estimulam a realização de ações.

Princípios educomunicativos nos objetivos e diretrizes da Política de EA da Bahia - Dentre os primeiros princípios da Política de EA do Estado da Bahia estão "a reflexão crítica sobre a relação entre indivíduos, sociedade e ambiente", a promoção da Política como "dialógica como abordagem para a construção de conhecimento, mantendo uma relação horizontal entre educador e educando, com vistas à transformação socioambiental ".

Ismar Soares, grande fomentador das discussões e ações de Educomunicação no Brasil, explica em seu livro "Educomunicação: o conceito, o profissional, a aplicação" a premissa de que esta interface entre a educação e a comunicação se apresenta hoje como um excelente caminho de renovação das práticas sociais que objetivam ampliar as condições de expressão de todos os seguimentos humanos, em especial da juventude. Do mesmo modo, Mario Kaplún (1923-1998), um dos precursores do campo da Educomunicação no mundo, defendia a educação libertadora de Paulo Freire trazendo-a para os processos comunicativos, nos quais comunicadores e receptores trabalham de forma dialógica.

As práticas de Educomunicação acabam por formar ecossistemas comunicativos, explicados por Ismar Soares como um ideal de relações que é construído coletivamente em um determinado espaço para favorecer o diálogo social, levando em conta as potencialidades dos meios de comunicação e suas tecnologias. Há a construção de relacionamentos abertos e criativos contribuindo para que as normas que regem o convívio de determinado espaço reconheçam o diálogo como a melhor metodologia de ensino, aprendizagem e convivência.

Esta necessidade é externada entre os objetivos da Política de EA da Bahia, dentre os quais está descrito "o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente e suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, históricos, culturais, tecnológicos, espirituais, éticos e pedagógicos". A produção e a divulgação de material educativo está como prioridade nas linhas de atuação da Política, que dá ênfase ao apoio às iniciativas e experiências locais e regionais, incluindo a produção de material educativo e informativo.

Educomunicação socioambiental estimulando a formação crítica para a cidadania - A Política de EA da Bahia tem como um dos seus intrumentos o Programa Estadual de Educação Ambiental - PEA, que compreende áreas temáticas que se inter-relacionam. Os processos educativos perpassam por todas essas áreas, que incentivam, dentre outras coisas, a mobilização para Educação Ambiental de populações tradicionais e integrantes de grupos participantes de movimentos sociais e a criação e o fortalecimento de Coletivos Educadores de Meio Ambiente.

A Educomunicação Socioambiental se constitui como uma das áreas temáticas do PEA:



Nas reflexões contidas no livro da Política de Educação Ambiental da Bahia, há uma forte ênfase na ideia de que a legislação apenas dá as regras ao jogo. A eficácia dessas normas são dependentes de uma série de condicionantes, e dentre elas estão as ações de homens, mulheres, crianças, militantes, profissionais, especialistas, pesquisadores, funcionários públicos, parlamentares, professores, estudantes, etc.

A Educomunicação é parte contibuitiva fundamental neste sentido, já que dentro dela o espectador é também produtor e veiculador de informações. Este processo de construção das informações é por si só estimulador de uma postura crítica por parte daqueles que participaram do processo educomunicativo, uma vez que a intenção é que não haja mais uma absorção passiva das informações ambientais veiculadas pela grande mídia.

O sentido da Educomunicação Socioambiental na Política de EA da Bahia é o de comunicar com finalidade educadora e ambientalista para a divulgação de informações ambientais locais. Estas ações facilitarão as atividades dos cidadãos como produtores de informações além de receptores, e ajudarão a democratizar o acesso a diversos tipos de materiais de comunicação. Compete ao Estado e às políticas públicas a construção de pontos de apoio para a formação de educomunicadores atuantes e núcleos de educomunicação eficazes.

Veja na próxima postagem: Conheça projetos de Educomunicação Socioambiental na Bahia!






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domingo, novembro 25, 2012

I Encontro Estadual das Salas Verdes promove discussão para futuras ações e encerra com oficina de educomunicação

No dia 21 de novembro, segundo dia do I Encontro Estadual das Salas Verdes, os participantes reuniram-sem em grupos para construir um plano de ação com o intuito de melhorar a atuação e a comunicação entre todas as Salas Verdes (SV).

Alguns obstáculos eram comuns a todos os representantes, e foram ressaltados por eles desde o primeiro dia, a exemplo do abandono por parte do Ministério do Meio Ambiente (MMA), com o não envio dos kits e a falta de pareceres dos relatórios enviados.

Para resolver os problemas mais urgentes, várias ações foram propostas. Chegou-se ao acordo de que era necessário trabalhar em rede e cuidar da comunicação entre as Salas e delas com as comunidades que as rodeiam. Além disso, foi pensada numa política de formação de gestores e coordenadores das SV para a captação de recursos. A ideia é que esta demanda seja atendida pelo MMA e pelos próprios representantes de SV, que tenham capacidade para ministrar estes e outros cursos em rede.

A SEMA propôs a construção do Fórum das Salas Verdes através do site da instituição para que a comunicação seja constante. O II Encontro Estadual das Salas Verdes também já foi programado para acontecer no segundo semestre de 2013 na cidade de Paulo Afonso, ficando sob responsabilidade da SEMA a organização das datas.




Representantes das Salas Verdes da Bahia reuniram-se para montar sugestões para o plano de ação e apresentaram aos colegas.


No último dia, 22 de novembro, a atividade se encerrou com a realização de uma oficina de produção de vídeos ambientais. A atividade foi ministrada por duas jornalistas integrantes da Sala Verde Ufba, que explicaram o significado de uma atividade de educomunicação. Reunidos em grupos, os participantes produziram no total quatro vídeos que poderão ser utilizados como recursos para divulgação de informações ambientais. 

De acordo com a jornalista Mariana Sebastião, a oficina pode oferecer às Salas Verdes mais uma opção para trabalhar conteúdos ambientais com públicos diversos: "As Salas têm nos vídeos produzidos mais uma ferramenta para popularizar informações ambientais", conta. 







Assista os vídeos produzidos!




sábado, novembro 24, 2012

Sala Verde UFBA participa do I Encontro Estadual das Salas Verdes. Primeiro dia é marcado por apresentações das Salas Verdes da Bahia

No período entre os dias 20 a 22 de novembro, a Sala Verde Ufba foi uma uma das participantes do I Encontro Estadual das Salas Verdes, realizado no hotel Vilamar, no bairro de Amaralina, em Salvador. O evento representa uma parceria entre a Secretaria do Meio Ambiente (SEMA) e o Ministério do Meio Ambiente (MMA) através de um termo de cooperação técnica.

O Encontro reuniu representantes de Salas Verdes (SV) de todo o Estado, e o objetivo foi promover a interação entre elas para fortalecer as ações na Bahia. O primeiro dia do evento foi marcado pelas apresentações dessas Salas e pelos pronunciamentos de representantes da SEMA e do MMA.

Nadja Janke, nova coordenadora das Salas Verdes no MMA, ressaltou em seu pronunciamento o pouco tempo de atuação da educação ambiental de forma institucionalizada: "Existe uma gestão desde 2003, dentro de um ministério que completa apenas 20 anos em 2012", afirma. Nadja relembrou a criação do projeto Salas Verdes em 2004 e o objetivo do novo contato do MMA com as SV da Bahia: "Precisamos fortalecer práticas já existentes e criar novas".


Nadja Janke é a nova coordenadora do projeto Salas Verdes no Ministério do Meio Ambiente

A apresentação das Salas Verdes do Estado no primeiro dia estimulou o surgimento da discussão sobre algumas ações necessárias e efetivas para fortalecê-las. Dentre outros pontos foram citados: a necessidade de melhorar a comunicação, com o intuito de  fazer as SV sentirem-se empoderadas das ações que estão realizando, além da intenção de movimentar o a parte do site do MMA que pertence às Salas, pensando numa atualização de contatos e na renovação de editais; a criação de indicadores das SV através da reformulação dos relatórios. O objetivo é conhecer melhor as Salas e criar dados sobre as suas ações, além de publicizar as atividades atuais delas e fazê-las fortalecidas como redes.



Representantes de Salas Verdes do Estado apresentaram as ações desenvolvidas até então